Canteiro
Bonecas desalmadas
Sem braço, sem pé
Nem cabeça
Bicicletas sem esperanças
Sozinhas, perdidas
Procurando suas rodas.
Entulhos que, talvez,
Foram em outra vida
Belas casas
O pão de cada dia
O pouco resto de comida
Servido aos ratos
Como é triste o canteiro,
Me dói no peito pensar
Que ali um dia já foi
Um belo jardim de rosas.