Ausentes
Estamos presos a imensidão do cosmos,
Rodando em volta de uma esfera quente,
A gravidade nós limita a ida,
Espaço é apenas ilusão da mente.
Deuses no Olimpo controlando tudo,
Sair da linha, eles castigam a gente,
Inundações ou fogo consome o mundo,
E mandam pestes, vírus, ratos ou serpentes.
Países ricos e capitalistas,
Ditam o consumo de forma inconsequente,
Quem pode paga, quem não pode chora,
E são as coisas que definem a gente.
És comando por um pseudo líder,
Governa a todos de forma incoerente,
Deseja aos filhos uma vida vadia,
E ao povo escravo, submissão ao trabalho "descente".
E se limitado a uma cidade fria,
Que todos passam mas estão ausentes,
Pessoas sofrem ao raiar do dia,
Passam as noites chorando, descrentes.
Em uma selva de tecnologia,
Canibalismo é prática frequente,
Devoram a alma servida em fatias,
E o corpo vai apodrecendo lentamente.
Foi condenado pelo próprio medo,
Pôde escolher culpado ou inocente,
Uma prisão segura e envolvente?
Ou a liberdade? Lugar que todos te julgarão como inconsequente?
Por isso choras nesta cela fria,
Abdicou ao que te fez contente,
Se limitou ao que definem mundo,
E quando mudo, outros são fluentes.
Sem a coragem, vai vivendo os dias,
E em teu peito, indignação frequente,
Espera a morte como a saída,
Pois nesta vida é mais um ausente.