Meu medo
No silêncio do meu quarto, choro
conto as contas do meu terço
e oro!
Ouvindo o tic tac do relógio de parede.
enquanto o tempo devora
as horas que me restam...
sinto sede!
A vida esvai-se lentamente
e, vez em quando
te vejo!
Lampejos da memória esmaecida
quase esquecida
minhas lembranças
retorcidas...
Fantasmas, em voos rasantes
assombram minhas noites
risos tresloucados
de escárnio e dor
sobem pelas paredes brancas
sem nenhum pudor...
Figuras fantasmagóricas
num ballet surreal
então, meus olhos fecham
num cansaço quase mortal!
A lembrança dos nossos corpos
momentos de frenesi e paixão
embalam meu sono sem sonhos...
lembrando que não sou imortal!