Mal inconfesso
Hoje eu tive um deslize,
Quase escrevi o nome.
Do mal que me consome,
E sempre me põe em crise.
Quero dizer que sorrio...
E que não sinto o frio...
Nem vejo a reprise,
Daquele filme antigo.
Mas eu não consigo.
Ele é bem mais forte!
E para minha má sorte,
Tenho um anjo torto.
Que se faz de morto.
Ou se mudou pr'o Norte!
Me sinto aqui à toa...
Mas essa luta é boa,
E eu não sou covarde.
Me acostumei com ela,
E nessa passarela...
Desfilo cedo ou tarde.
Sem fazer alarde.
Ou será que eu faço?
Não sei se me disfarço.
Ou se só me exponho.
Se é real ou sonho,
Todo esse embaraço.
Por isso aqui proponho:
Não tentem me entender.
Pois se querem saber,
Nem eu mesma consigo.
Só sei que é recorrente.
E só sabe quem sente.
O medo do perigo.
Só esquece! Eu peço!
Esse mal inconfesso,
Ao qual dou abrigo.
Adriribeiro/@adri.poesias