Mal inconfesso

Hoje eu tive um deslize,

Quase escrevi o nome.

Do mal que me consome,

E sempre me põe em crise.

Quero dizer que sorrio...

E que não sinto o frio...

Nem vejo a reprise,

Daquele filme antigo.

Mas eu não consigo.

Ele é bem mais forte!

E para minha má sorte,

Tenho um anjo torto.

Que se faz de morto.

Ou se mudou pr'o Norte!

Me sinto aqui à toa...

Mas essa luta é boa,

E eu não sou covarde.

Me acostumei com ela,

E nessa passarela...

Desfilo cedo ou tarde.

Sem fazer alarde.

Ou será que eu faço?

Não sei se me disfarço.

Ou se só me exponho.

Se é real ou sonho,

Todo esse embaraço.

Por isso aqui proponho:

Não tentem me entender.

Pois se querem saber,

Nem eu mesma consigo.

Só sei que é recorrente.

E só sabe quem sente.

O medo do perigo.

Só esquece! Eu peço!

Esse mal inconfesso,

Ao qual dou abrigo.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 16/10/2020
Reeditado em 02/12/2020
Código do texto: T7089041
Classificação de conteúdo: seguro
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