ex-FLOR!
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Desfalecendo-se ligeiro, em brilho
Espinhos encurvados, sem fio, secou
Pétalas retorcidas, sem vida
Sem cor, sem beija flor, sem guaridas
Dores, o tudo do nada que lhe restou!
 
Sem murmúrios audíveis, ouvidos,
Sem ar, sem par, sem “ais”
Todas as poucas folhas, murcharam
Atrativos para os enamorados, acabaram
Sem menos, sem porquês, sem mais!
 
Última gota úmida, finou-se em dia claro
Verteu derradeira, no limiar de sol ameno
Raízes esgazeadas, secas, soltas
Mirradas, sinuosas, torcidas, revoltas
Encharcadas, tortas, mortas, em sereno!
 
O amanhã, que amanheceu, já acabou...
Se perderam esperanças, encantos, ...função
Apoiada na pedra de ponta, fincada
Comendo poeira na beira de uma estrada
Largada num canto, beijando o chão!
 
Sequer esboça reação, ou reclama
A exclamar com razão, sua angústia de dor  
Pensar, que já fez sorrir corações
Que também, fez transbordar emoções
E hoje, é só solidão e boas lembranças,
ex-FLOR!

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Com a interação magnífica de 
Jacó Filho, o mestre...


EX ROSA

Beleza que fascina quem pode cortá-la.
Preço que paga, por sua face e perfume.
Botão colhido antes e seu papel assume,
Pra vida fugaz, que tantos pesam, amar.

Tudo é tão rápido que poucos percebem.
Se a quem fora flor, quase nada importa,
Antes brilhou linda, hoje jazendo morta.
Só as secas pétalas de lembrança servem.

A consciência que foi, portadora da luz.
Pro jardim onde o chão jaz empobrecido,
Deu perfumes e belezas pra ser mantido.

Adubo pra terra, quando o tempo reduz,
A rosa perfeita num terreno enriquecido,                                  Num vaso que habita com prazo vencido.
SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 11/10/2020
Reeditado em 12/10/2020
Código do texto: T7085248
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