Fatalidade
O amado olhava para a sua amada.
desejava-a, como se desejasse um prêmio.
o amado não queria perder sua amada,
dava-lhe flores, doces, carinhos.
a amada o sentia como um deus,
um ser acima de tudo e de todos.
Sonhava em noites quentes
o fazia ser único e pleno.
o amado tinha todos os “sim” de sua amada:
seu corpo, sua pele, sua alma, seu perfume,
seus caminhos, seus pensamentos, seus sonhos.
a amada era prisioneira desse amor colossal.
prisioneira dessa paixão fulminante, sumária, surreal.
Cartas, cartões, versos, canções: tudo era do amado
para a sua amada.
sua boca, seus olhos, seu sorriso, cada toque, cada palavra,
era de sua amada para o seu amado.
pensamentos: noite, dia, madrugada. amor, sufoco, paixão.
um dia a amada disse um “não”. disse um “não?
o amado não pensou, não refletiu, não entendeu.
a amada, então, o fez sentir medo, raiva, ódio.
e com alma nefasta, coração gélido, o amado não pensou
e com uma arma nãos mãos, a sua amada ele matou.
desferiu a queima-roupa a ação da tragédia.
tirou desse mundo com covardia e monstruosidade
aquela que clamava amor eterno, amor de verdade.