Fatalidade

O amado olhava para a sua amada.

desejava-a, como se desejasse um prêmio.

o amado não queria perder sua amada,

dava-lhe flores, doces, carinhos.

a amada o sentia como um deus,

um ser acima de tudo e de todos.

Sonhava em noites quentes

o fazia ser único e pleno.

o amado tinha todos os “sim” de sua amada:

seu corpo, sua pele, sua alma, seu perfume,

seus caminhos, seus pensamentos, seus sonhos.

a amada era prisioneira desse amor colossal.

prisioneira dessa paixão fulminante, sumária, surreal.

Cartas, cartões, versos, canções: tudo era do amado

para a sua amada.

sua boca, seus olhos, seu sorriso, cada toque, cada palavra,

era de sua amada para o seu amado.

pensamentos: noite, dia, madrugada. amor, sufoco, paixão.

um dia a amada disse um “não”. disse um “não?

o amado não pensou, não refletiu, não entendeu.

a amada, então, o fez sentir medo, raiva, ódio.

e com alma nefasta, coração gélido, o amado não pensou

e com uma arma nãos mãos, a sua amada ele matou.

desferiu a queima-roupa a ação da tragédia.

tirou desse mundo com covardia e monstruosidade

aquela que clamava amor eterno, amor de verdade.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 08/10/2020
Reeditado em 08/10/2020
Código do texto: T7082606
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.