Desperdicei
Eu queria recriar meu universo!
Com um poema
De apenas um verso.
Teu cancioneiro,
Eu encontrei!
Um big bang recitei.
Tinhas o olhar mais lindo do mundo
De um verde-azul
Tão profundo
Que eu nunca mergulhei!
Só em mim me afoguei.
Teu corpo, um rebelde em chamas,
Querendo queimar nossa cama
Ou qualquer uma lei!
E eu,
Apenas,
Um soberbo rei!
Eu vagava por sua selva de carinhos,
Delirando:
- Oh, Eu estou tão sozinho.
Que bestial!
Por resgaste, gritei!
Assim te desmatei.
Eras um relógio sem ponteiro nem grela,
Mas me salvavas da fúria das eras!
Tentar te ajustar,
Tentei.
E, a nós dois, arruinei!
Chamavas-me para ver a alvorada,
Eu sempre com uma prestação atrasada.
O cheque sem fundo?
Era eu,
Eu sei!
Eu nunca saquei!
Como uma estrela que não quis ser distante,
Clamavas:
- Vamos trilhar o horizonte!
Uma estrela cadente?
Talvez!
Mas,
Na esquina da vida, parei!
E, por lá mesmo, eu fiquei...