Corda Invisível
Sozinha numa praia,
eu batia foto do imenso azul no horizonte
no alto da maior pedra que existia ali.
Um toque no celular, uma mensagem,
eu tinha acabo mais uma sessão de fotos solitárias,
enquanto tu estava me esperando na escadaria da praia.
Ventos, final de tarde.
O crepúsculo virou um cenário cinematográfico.
Como eu fiquei cega com que havia?
Como eu quase fiquei perdida no caminho?
Eu parecia ter amarrado o meu coração
numa corda invisível, esforcada por mim mesma.
Tuas mensagens chegavam mais intensas,
à medida que noite só chegava.
Eu te encontro sentado na escadaria me esperando.
Nossos abraços cruzam-se num imenso laço.
Sinto as batidas do meu coração ficar mais fortes,
sinto teus dedos nas minhas costas ficando mais intensos.
Olho no olho, sorrisos
Um beijo escorregado, um pedido de desculpas.
Está tudo bem contigo?
Atravessei a rua com o sinal vermelho no alto.
Eu segurava tua mão, mas não sentia intensidade.
Que havia me amarrado até poucos minutos atrás,
numa corda invisival, esforcada por mim mesma.
Sentados num lanchonete da rua 07,
tu me apresentas tua amiga e te sentas próximo dela.
Algo foi dissolvido ali,
tu nem olhavas mais nos meus olhos
de quando nos encontramos.
Eu segurava tua mão e tu simplesmente retirada.
Pediste para ir ao banheiro com tua amiga,
e eu fiquei sozinha, desmarrada de ti,
mas enforcada com a corda que eu criei.
Voltei para casa sozinha,
o celular não tocava mais tuas mensagens.
Eu ainda tentei escrever um "desculpa",
mas o silêncio da lanchonete foi a resposta.
Bloqueei teu número e joguei o mapa fora,
enquanto eu andava por florestas escuras.
Rotina, lágrimas secas,
pego a caneta mais próxima da estante
e começo a escrever com letras tortas
todas as coisas que vivemos
e não vivemos
Eu só esqueci de te contar
que tudo isso não passou de um aviso
que eu tinha me esforcado com
uma corda invísivel.