Barco à Deriva
Vejo um barco parado
no meio do mar
como o meu eu desanimado
sem vontade de continuar.
É um barco sem motor,
sem bússola nem âncora
prestes a se inundar de dor
seja aonde for que corra.
Ele pode ir para qualquer lugar
pela força do vento que continuará
parado sem conseguir se deslocar
com o mesmo sentimento que o adoecerá.
O barco à deriva permanece
E num pesar cultural se enfraquece
aos olhos julgadores daqueles velozes
que passam por ele mais ferozes.
Os outros barcos o olham
e seu motor quebrado reprovam
dizendo que é um incompetente,
fraco e incapacitado vivente.
Eles veem a vida como uma empresa
por não entenderem a não lucrativa tristeza
do barco na azulada imensidão
do céu e do mar na depressão.
O barco sem empatia e autenticidade fica à deriva
se desconectando da interna e humana energia da vida,
que o faria escolher por si mesmo ligar o motor
e fazer as coisas sem obrigação e mais amor.
E assim ele está por aí nesse momento
como o barco que parou no espaço e tempo
quase desistindo de recuperar a força do seu enfermo motor
e de continuar a navegar em busca de sua autenticidade por onde for.
Que a investigação em nós mesmos
comece pela nação e aqui dentro
para procurarmos pelos oceanos esse barco à deriva
E nos conectarmos com ele sem violência e mais empatia.
Bela interação de:
- Jacó Filho
Percebo meu corpo físico,
Parando tal esse barco.
Mas pelo cosmos eu vago,
Conhecendo meu espírito...