Adeus
Vai-se este chão que piso
De seixos molhados
Cai a chuva e o riso
Na noite quebrados.
Vai-se o céu e o mar
No ocaso fechados
Cai o Sol e o luar
Em escuros gelados.
Sangro-me nas palavras
Que não cheguei a falar
Soluço contas amargas
Que voltei para contar.
No vazio das horas dadas
No espaço que se dobrou
Fora do tempo marcadas
No infinito onde estou.
Sou as aves que seguem
Num adeus de chorar
Deixo seixos que pedem
Sonhos de brincar.