HABITÁCULO

Eu vejo a tempestade

Que cai dos teus olhos

E me sinto tão covarde

Sem quebrar o protocolo

O medo é um barreira

A distância não é obstáculo

O sangue que corre nas veias

Vai se transformando em coágulo

Inerte feito uma estátua

Frio como montanha de gelo

Tentando esconder uma mácula

Diante de um estilhaçado espelho

Só não estou imune ao veneno

Que agora eu lhe ofereço de brinde

Sua imagem é mais que um desenho

E meu coração não passa de um ringue

Logo que você vai ao chão

Eu que me vejo em pedaços

Sou uma antiga mina de carvão

Nossa história um breve prefácio

O que você arrancou do peito

Foi mesmo de cortar o coração

Enquanto eu distribuía folhetos

De como pedir algo em oração

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 08/09/2020
Reeditado em 08/09/2020
Código do texto: T7058078
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