A dor

Eu gosto de clichês e dramas românticos

Acho a melancolia um tanto excitante

Adoro sentir a dor da minha pele cortada

E o cheiro do meu sangue escorrendo

A euforia de rir do meu corpo fraco

E a agulha costurando minha pele

Uma futilidade vergonhosa

Daquelas que a gente só conta por drama

Pra chamar atenção e ser bajulada

Como diria Belchior

Eu sinto tudo na ferida viva do meu coração

E a vida me bate com força

E a minha dor física nem se compara

A dor de sentir as rasteiras da vida

Eu acho cômico tudo isso

É como ser a plateia de um stand up

Gargalhar da tragédia do comediante

Isso é tão deprimente que chega a ser cômico

E ser sua própria plateia

Sua própria tragédia

Rir da sua própria desgraça

E ser sua própria desgraça

É tão mais deprimente que excita

Sentir o amor dilacerar

Tantas e tantas vezes que já virou hobby

Chego a crer apenas nas dores

É um punhando de sentimentos melancólicos

Inundados de sofrimentos

E feitos tão trágicos

Somos todos generalizados pela dor