Sem Luz
As portas fecharam na senda difícil
E todo o caminho tornou-se num breu
Sem luz, lua, sol... esta é vida sofrida!
A luta é renhida. Não tenho apogeu.
Não tenho regaço de amor me acolhendo,
Ninguém está vendo o pulsar da minha alma.
Não tenho palavras de doce esperança
Que trazem mais sonhos de gozos e palma.
Mas ganho palavras negritas faladas,
Fatais punhaladas no meu coração
Que ecoam tufões, maremotos nervosos,
De pura maldade e de vil maldição.
Os véus neblinosos percorrem meu senso
Que vive propenso a ceder e cair
No hostil negativo da vaga horrorosa
Que faz murchar rosa e que faz sucumbir.
Tornar em real os meus sonhos mais lindos
Parece a quimera que me é infactível.
Que senda, meu Deus!... Oh, que luta infinita!
Peleja maldita!... Parece invisível!
Está me matando... O meu fôlego some...
As forças se esgotam... A sede é que vem
Lembrar-me que a morte no espírito é suja,
Com ela vem cova abstrata do além.
Pranteio calado o meu choro tristonho,
Querendo que a Luz ilumine a minha alma
E tire a pungência tão tétrica dela,
Devolva a esperança, a alegria, fé, calma.
Porque no meu peito o tufão violento
Me faz tão medroso, me faz sofredor!
Agora que vejo que sou muito langue
Eu rogo, rendido: - Socorro, Senhor!