Era peça,
brinquedo de poeta,
num canto desencanto,
tão vasto quanto o mar.
O almar entre soluços
num argumento qualquer,
morrendo entre as flores
que se morrem em protesto.
Entra no coração de Deus
a lembrar que é setembro,
e que não se deve morrer,
não assim, nessa deselegância.
Era tão belo o dia,
entre ninhos e carinhos.
Morrer por que, por quem?
Morrer de quem?
Se era a dor do dia triste,
mas era tão lindo, tão lindo,
morrer entre as árvores
e o imenso azul do céu!
Dói a ferida que se abre,
fel que escorre, tão nobre!
E o alívio vem do céu
vestindo calda de mel.
Taciana Valença
Foto: Taciana Valença
Parque da Jaqueira - Recife/PE