Era peça,
brinquedo de poeta,
num canto desencanto,
tão vasto quanto o mar.
 
O almar entre soluços
num argumento qualquer,
morrendo entre as flores
que se morrem em protesto.
 
Entra no coração de Deus
a lembrar que é setembro,
e que não se deve morrer,
não assim, nessa deselegância.
 
Era tão belo o dia,
entre ninhos e carinhos.
Morrer por que, por quem?
Morrer de quem?
 
Se era a dor do dia triste,
mas era tão lindo, tão lindo,
morrer entre as árvores
e o imenso azul do céu!
 
Dói a ferida que se abre,
fel que escorre, tão nobre!
E o alívio vem do céu
vestindo calda de mel.
 
Taciana Valença
 
Foto: Taciana Valença
Parque da Jaqueira - Recife/PE
TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 06/09/2020
Reeditado em 06/09/2020
Código do texto: T7055804
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