MAR DE “EZAS”
 
A lágrima desliza pela face,
intensa, como mar sem fim.
A tristeza vai embora,
pura ilusão, retorna mais forte enfim.
 
Dor n’alma, tristeza profunda.
Dor que, no mar de “ezas”, navega.
Dor que faz arte e se liberta.
Dor que lança a arte no íntimo mar.
 
A arte é escondida,
o sofrimento é guardado,
e a dor é calada.
 
Arte, que aflora num momento triste,
que afaga poeticamente a lágrima
e que liberta o choro
no voo das efemeridades.
 
A lágrima voa, a arte esconde-se,
o mar acalma-se por um instante,
o luar satisfeito reflete n’água.
 
O mar, que esconde a dor e a palavra,
já conhece o vai e vem
e a surpresa do tempo já aguarda.    
Já sabe que o que vem, vai

e o que vai, vem!                                         
AUDREI MARSAN
Enviado por AUDREI MARSAN em 28/08/2020
Código do texto: T7048709
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