Dói-me
Dói-me tanto o coração
Neste mundo tão confuso
Dói-me o seu desinteresse
A cada dia mais obtuso
Dói-me talvez não ser amada
Dói-me enfrentar sozinha esta jornada
Dói-me a possibilidade de ser esquecida
Dói-me esta existência cada vez mais vazia
Dói tanto esta dor em mim
Dói ter que vê-lo partir
Dói as ausências que se instalam
E as cicatrizes que agora tardam
Dói esta lembrança do seu sorriso
A saudade de teu toque, meu abrigo
Dói-me sua pressa em fugir de mim
Dói-me conviver neste abismo sem fim
Dói-me a solidão, a saudade
Dói-me a esperança que se esvai
Dói-me os sonhos agora enterrados
Dói-me mais nossos caminhos separados.