Cruz e fogo
Queria andar de bicicleta
queria conversar na porta de casa
com aquelas garotas de cabelos coloridos.
nunca mais ouvirei o pop-rock
nunca mais terei aquelas tardes na rede alagoana
nunca mais pensarei em amar.
Voarei logo para o século vinte e dois:
esperam-me com agasalhos e chocolate quente.
aguardam-me com suas espadas e tochas
querem nos enjaular em cadeias de vidros
estão construindo campos de extermínios virtual
fixando nas praças pelourinhos para os açoites.
queria levar meu caderno polonês de versos livres;
esqueci em meu túmulo de poeta.