Não há meio para conhecer,
Quem entrar pela porta da frente,
Penetra todos os sentidos e,
E enxergar a prisão sua.

Remexendo na inteireza do passado,
Desenterrando o que já fora esquecido!
Duvidando com certo ceticismo,
A vida a qual se propusera ter.

Inevitavelmente em doses homeopáticas,
Busca revelar sonhos insondáveis,
Aberturas de tumbas lacradas,
Existentes no arsenal de memórias.

A essência de se entregar,
No mais intenso amor dos mortais,
Cuja satisfação é negar quem é,
Ao invés de olhar para frente, tentando lidar…

Então, corrompe-se a necessidade,
Deixando o óbvio se mostrar,
Caindo abaixo o véu que cobre,
Aquele medo infinito.

De dentro se conhece as sombras,
Todavia, as luzes também aparecem,
Às vezes com o próprio brilho do sol,
Em outras, apagado pelo o que o consome.

Não posso evitar,
De convencer minha alma,
A projetar tantas ilusões,
Nos termos do mentalismo.

Assim, entre alusões e eufemismo,
Vou descobrindo partes intocadas,
Amadas e por hora, odiadas,
Conversando no meu lugar de destino.

O princípio do existir,
Ainda soa como distância,
Entre corpo e poesia,
Trazendo do inconsciente: subterfúgios.

 18/07/2020
Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 18/07/2020
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