Sobre a procela


Meus passos são vagos enquanto a chuva
Rola em meu rosto em fios transparentes.


Caminho rendido sob a procela.
Vagueio ao sabor do vendaval; pensando nela.


Adiante caiu uma rede de energia,
Tudo ficou escuro.
Algo transforma-se;
Vejo meu interior, debruçado na viela,
Fazendo da acrópole as escuras,
Um mito de trevas e presságios fictícios.
E eu, ainda, prosseguia sob a procela,
Procurando uma luz, em alguma janela,
Que me tirasse daquele mundo de fantasias.
Quisera ver novamente, a mecha de cabelo em seu rosto.
O vendaval continuava a soprar
E no meu mundo de ironias,
Pensando nela;
Eu continuava perdido dentro da noite.