UM TANTO DE FELICIDADE
Há tempos que me detenho a analisar
Os inúmeros escapes
De quem, na infelicidade de ser triste,
Tenta descobrir se existe
Um tanto de felicidade em alguém.
E sai pela cidade, como quem não há de voltar
Achando que irá rever
Quiçá, quem não ver há muito tempo
E que possa lhe acompanhar
Embora no mesmo sofrimento.
É que nesta cidade fria, não deve haver alegria
No entanto, uma inundação
De lágrimas, o mundo chora e chora
Todos na mesma hora, na mesma sintonia
Pelas esquinas e calçadas.
Não tarda, o que chora volta para casa
– Lá fora só mais tristeza existe!
Assiste Luzes da Ribalta, só,
Para que sinta-se um pouco melhor
Ou acabe mais triste.