QUANDO DE MIM FUGIU A LUA

Eu a vi de mim esvaecer, preguiçosa
Ao cruzar o meu olhar vago e nevoso
Bocejos sobre min'alma conflituosa
Tecidos num céu lúgubre, asqueroso.

De mim fugias sem restar a dúvida:
-- Menina sem paz -- logo, mais dores!
Li seus lábios envolta a penumbra 
Vivendo a noite e seus tons incolores.

Não era cheia, tampouco reluzente
E embora o inverno roubasse a culpa
Sei, no fundo, que apagaste por mim...

Ao cair na astúcia do meu eu deprimente
Foi-se tão pálida aquela minguante lua
E assim a sepultei no meu soturno jardim.

- Francielly Fernandes
- 29/06/2020
Francielly Fernandes
Enviado por Francielly Fernandes em 29/06/2020
Reeditado em 29/06/2020
Código do texto: T6991715
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