"Nárnia" Tupiniquim
Meu Deus,
Olha onde fomos parar,
O inimigo é invisível,
Nos tornamos prisioneiros em nosso próprio lar.
Ele não escolhe a vítima,
Rico ou pobre,
Branco ou preto,
Não importa raça e religião,
Ideologia política,
Aos inconsequentes,
E aqueles que julgam ter razão.
Ataca todos sem dó,
Isola, te deixa só,
Vai dá argila ao pó?
Partida sem despedida,
Morte zombando da vida,
Desamparar a família?
Chega abalar minha fé,
Dos cultos ao candomblé,
Ninguém mais sabe o que é,
A pinga cura seu Zé?
Mas em "Nárnia" Tupiniquim,
Muitos não estão preocupados,
E ainda perguntam: "E daí"?
Não se preocupam com mortes,
Armas são a solução,
Vivem só os mais fortes,
O que querem? higienização?
Democracia atacada,
Educação está rendida,
O futebol mais importa,
Do que as vidas perdidas,
50 mortos por hora,
"Sinto muito, um dia todos irão morrer",
Palavras de um presidente,
Que apenas pensa em poder.
"Querem atacar meus amigos,
Ataco a televisão,
Mudo as leis como quero,
Por isso comprei o centrão,
Quero o senado e o congresso,
Comendo em minhas mãos,
E para o STF,
Desejo a cassação."
Me diz que é tudo mentira,
Que este não é meu país,
É sonho? Uma ilusão?
Ou insanidade infeliz?