PÃO MORIBUNDO
Além sobem queixumes
contra esquinas de fartura
Kandengues com rostos sem frescura
descem famintos nos cumes
sonhos famintos de esperar,
esperar pela escarlate promessa
sobre a panela que tem pressa
nos subúrbios de cães a ladrar
cidade de folia e festas
agora, mar de mendigos
lutam sem fim por figos
que caem de bolsas pretas
Cães tinhosos esperam noite
E lá vão sem forças procurar
Qualquer coisa triturar
No lixo onde morre a sorte
Homens e cães, colegas
naquela rua cheia de restos,
restos de comida em cestos
maribondos disfarçam entregas...
16/06/2020