NUVEM EM LÁGRIMAS
Brinca na rosa dos ventos
E sorrateira vai embora
Jaz a previsão do tempo
Com altivez canora
Faz o seu degredo
Independe da rogatória
Rechaça o tom de sossego
E ardil prepara a sua retórica
Quando encontra companhia
Dá origem a diversas formas
Teu sopro torna-se ventania
Adeus, bonança madorna
Uma vez encolerizada
Dá amostras da sua vileza
Sua matiz é acinzentada
Nunca sai á francesa
Evoca o raio e o trovão
Para sua célere intentona
Ao som de tiros de canhão
Não fica rubra de vergonha
Sabe bem rasgar o céu
Com milhares de navalhas
Usa muito da fresa e do cinzel
E na sua tormenta represália