Rimas de menino

É algo como um rio

Que corre à fio

O pensar frio

D'um homem sem brio

Nada como a morte

Ao acaso sem sorte

À mente sem norte

Ao ato que entorpe

Na mira do açóite

Varre adentro a noite

Pois a vida foi-lhe

Afinada à foice

Perdoai, meu Pai!

Se a areia cai

Se ao longo da pressa

Não vos cabe a reza

Pois tudo que me preza

Nela se esvai

Discordai, meu Pai!

Da injúria e do lamento

Da pena do tormento

Do mal da incredulidade

Que já à flor da idade

Rouba-me vosso alento