AO SOM DO VENTO

Espaço ocupado,
Pelos meus passos,
Sem rumo.
(O que sei eu do prumo)?
Espírito cortado,
Exumado
Em poema roto, avesso.
Em angústia me consumo,
Rasgo o ego,
Me entrego
Ao tom cinzento,
Ao som do vento,
Isento de sentido,
De endereço.
Eu de mim perdido,
Sem querer me encontrar.
Divago... pago o preço,
Por não acreditar,
No amor, no recomeço.
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 HLuna
VOU INDO 

O recomeço é permitido,
senão que seria de nós
a vagar meio perdidos,
sem achar a própria voz?
Eu divago, vago ao léu,
olhando as nuvens no céu,
pra aliviar a tensão,
entre fantasia e razão.
Não quero ficar perdido,
num limbo qualquer esquecido.
Vou seguindo, eu vou indo
mar a dentro, eu vou fundo,
mas assim a vida é,
de repente, num segundo,
sinto que perdi o pé.