DEUSA JACÍ

Poeta, de sonhar nunca fui proibido,
sou cacique dessa taba, estou vencido,
e escreva aí, vou falar de minha solidão.
Posso te dizer que a saudade não tem ré,
sei, pois da tribo vizinha, a filha do pagé,
faz sangrar e sofrer, meu pobre coração.

Ela vejo saindo numa majestosa picape,
fico me olhando, só tenho flecha e tacape,
vejo então, o desencontro das ilusões.
Ai, minha deusa Jaci,mas como eu queria,
que nessa tarde triste e já no fim do dia,
se lembrasse apenas dos belos pavões.

Uma visão que na minha mente semeia,
vai embora com um rico,a bela da aldeia,
mas desejo que esses pombos sejam felizes.
Poeta, sou uma ave entre esses urubús,
e sei que pertenço a esse bando de jacús,
sou participante da revoada das perdizes.


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 10/06/2020
Reeditado em 10/06/2020
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