Dança no abismo
Nada,
absolutamente nada do que eu escrever aqui,
nem agora e nem em mil anos,
vai te trazer para mim
mas, essas linhas que crio
são uma espécie involuntária e
até inocente de conforto.
Meu cérebro me engana há dias e
está me fodendo bonito mesmo, sem dó.
Se por acaso, olho para qualquer cadeira que está na minha frente
te imagino sentada nela
com aquele belo sorriso costumeiro.
No banho,
na cama, até conseguir pegar no sono,
em todos os lugares,
você está olhando para mim.
Você está lançando arcos para o ar,
Você está soprando a fumaça sagrada
em meu rosto através da noite...
Sua eletricidade é tão forte
que cair aos seus pés
é um desastre natural,
como um incêndio causado pelo sol,
como as tempestades que afundam os navios,
como uma barata
na parede do banheiro quando você vai mijar de madrugada,
como chorar
quando todos finalmente estão dormindo.
Agora?
Agora a cerveja está acabando,
um Blues toca, triste e sensual
e provavelmente não
irei mais te abraçar.
Estou ferrado
e todo o resto do mundo
é a mais triste piada
que já foi contada.