Ponto final



Para em você minha descoberta.
Foi uma parcela reclusa
de limites sem entrega.
Para em você o sintoma de amor.
Foi uma pauta sem passeios,
sem abismos, também sem receios.
Para em você as raízes.
Foi a última parada,
antes das cicatrizes
que hão de vir.
Para em você também, a falta de tinta,
a caneta já não me segue.
Vou tentar buscar o sono
na última parada.
Para em você
o amor, feito de sabores amargos,
de páginas vazias, canetas, folhas.
Para em você o enlouquecer,
quando a manhã rompida,
foge, morre,
morrendo também o entardecer
na expectativa pela noite,
nas paradas de você,
que os minutos arrastarão para sempre,
para sempre em sua ausência
de minha única vida, sem paradas.