E o Brasil?

E o Brasil?

Tá vendo menino,

Aquele preto no chão,

Com a cara no asfalto,

Sufocado, tá perdendo a respiração.

Em cima dele um típico opressor,

Fazendo pressão,

Ajoelhado sobre um corpo,

Não pede perdão,

Embaixo um homem, agonizando,

Já não importa se culpado ou não.

A morte ronda,

Mais um preto terá que levar,

Durante anos foram tantos,

Até se perde,

Tentando contar.

A humanidade vai a frente,

Não olha pra trás,

Ela esquece da história,

E penaliza os que sofreram mais.

Mas diferente,

Este caso não será esquecido,

O assassino de farda não deu um tiro,

Mas ecoou sua opressão,

Talvez mais alto que o som de um estampido.

Milhares foram às ruas,

Mostrando indignação,

Preto, branco e asiáticos,

Pedindo o fim do racismo e de toda forma de opressão.

Chefes de Estado,

"Representantes" da população,

Não ouvem o clamor do povo,

E tomam leite,

Insulto ou provocação?

Um populismo extremo,

Colocam a nação em guerra,

É uma guerra civil?

Talvez,

Mas é criada por fake news,

Desinformação, mentiras.

Se não vence o lobo,

Ameaçam e difamam toda alcatéia.

"Não consigo respirar",

Floyd disse pela última vez,

E os meninos "Joãos" lá do morro?

Nem um murmuro se fez.

Só disparos,

Foram muitos, partidos de uma só vez.

Preto, pobre, velho, gay, mulheres,

São minorias da população?

Que minorias são essas?

Contam pessoas em favelas?

Não sobem morros?

Ou os números são criados pela exclusão?

Escondem pobres em lixos,

Pretos em alguma prisão,

Velhos que lotam asilos,

Gay a cura pela religião,

Mulheres querem silenciar,

Apanham sem se expressar.

Será que é tudo ilusão?

Todos julgados,

Veredito: vitimização?

Nosso Brasil varonil,

De povo forte e viril,

Sem teto, moram em covil.

Corrupção ninguém viu,

Político fulgaz e ardil,

Mente e altera o perfil.

Finge que é homem gentil,

Roubam e acusam o Brasil.