Revezes



Um raio de luz extinto,
uma febre de desejos que se perderam,
nada feito.
As últimas portas se fecham,
há um imenso lago negro.
Existe um peso na alma,
o interior se expõe à espera,
à expectativa do inevitável.
Os labirintos já se fazem presentes,
perco-me pela caminhada final.
Tudo é confuso e incerto,
fruto dos revezes.
Há muito o que falar,
pouco a explicar,
bem menos a se entender.
Também há um mundo lá fora que me espera,
um giro que nunca esperei.
Aqui dentro, também tem um mundo,
onde o tempo passou, foi vencido.
Fui também vencido pela passagem brusca,
pelo tempo que escoou infrutífero;
enquanto sabendo de tudo,
vendo ser extinta minha própria vida.