Fel de melancolias
Odeio os passos que nos distanciam
De nossos diferentes caminhos odeio
Como se fosse um quilômetro para cada milímetro
Chego a odiar até o que há de vazio
Qualquer corpo certo ou vadio
Cada volume entre a gente entreposto
Que me impede de ver teu rosto
Odeio também a inabilidade de a ver
Odeio ter que dormir sem te ter no sonho
Enfim nem são sonhos sem você
Sem ti não há qualquer existência
Sem ti nada há de haver
Como nada hei de ver
Tampouco posso algo ser
Não há sentido que seja de verdade
Não tenho em mim qualquer outra vontade
Nenhuma esperança pode me dar tua acolhida
Não me desperta sentir nada na vida
Tu és o seio de meu próprio ser
Não há sentido sem te ter
Sem ti nem há querer
Nem há querida
Tenho nem ferida
Nada sangra pois
Não há mais vida