Morte aos poetas

Queimaram meu último poema,

ascenderam as chamas e me tiraram

da cama,

estão me levando para fogueira,

enquanto os ricos acendem suas churrasqueiras.

Morte aos poetas, eliminem a poesia,

esbravejam a burguesia.

Rasgaram todos os meus rascunhos,

não querem ouvir meus testemunhos,

lançaram em chamas os meus versos,

que perverso!

Esse é o preço que se paga por ser

poeta, por mostrar ao mundo o amor,

estão silenciando as nossas vozes,

não podemos mais gritar socorro.

Percorro a trilha de cabeça erguida,

a morte é a minha guarida e minha

coroação.

É um preço que estou disposto a pagar,

— Matem o poeta!

Olho para eles e sorrio,

mal sabem que quando um poeta morre,

sua poesia ressurge através dos séculos.

Márcio André Silva Garcia
Enviado por Márcio André Silva Garcia em 11/05/2020
Reeditado em 14/05/2020
Código do texto: T6944630
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