Morte aos poetas
Queimaram meu último poema,
ascenderam as chamas e me tiraram
da cama,
estão me levando para fogueira,
enquanto os ricos acendem suas churrasqueiras.
Morte aos poetas, eliminem a poesia,
esbravejam a burguesia.
Rasgaram todos os meus rascunhos,
não querem ouvir meus testemunhos,
lançaram em chamas os meus versos,
que perverso!
Esse é o preço que se paga por ser
poeta, por mostrar ao mundo o amor,
estão silenciando as nossas vozes,
não podemos mais gritar socorro.
Percorro a trilha de cabeça erguida,
a morte é a minha guarida e minha
coroação.
É um preço que estou disposto a pagar,
— Matem o poeta!
Olho para eles e sorrio,
mal sabem que quando um poeta morre,
sua poesia ressurge através dos séculos.