Uma mão, uma voz

No esconderijo

debaixo da mão do diabo

dividindo meus medos e o caos

que habitava em mim com seus demônios.

Uma voz,

uma linda voz, sussurrava em meus ouvidos

Lilith era ela.

protegia meu abismo como protegia

seus lindos filhos tinhosos.

Sentia sua mão cada vez mais pesada

sua linda voz cada vez mais alta.

Cortava-me, não me sentia.

Temia a vida, o voar da alma.

No escuro do meu quarto.

Na angustia da minha mediocridade.

Sangrava por dentro é por fora.

Apenas eu,

uma pobre garota,

com dois lindos diabos,

mamãe Lilith e papai Satã

levavam-me mais fundo

a desgraça de minha existência

sucumbindo ao desespero

da minha insolência.

Victória Reginna
Enviado por Victória Reginna em 11/05/2020
Reeditado em 04/12/2020
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