AMAR, MENTIRA
Com quantas contas se mede um sentimento?
E quantos palmos tem o sofrimento?
Arguirás de perto minha derrocada?
Em sã consciência não verás a minha sina promulgada
Já se fez juiz o algoz de toda minha existência!
Me julga minha própria consciência abrupta...
Na luta incessante da sobrevivência mórbida.
Me condena à morte...
Sórdida acusação de amar inconscientemente...
Na mente, vaga à procura de uma razão concreta
Mas na insólita aderência de uma sentença cética
Não há razões para viver, morrer, amar ou desistir...
Só há a crua certeza de que existir
Não vale a pena, sem amar
Não paga a conta, sem pesar
Não mede a métrica de ser...
Viver, amar, incessantemente se doar
Sem causa, sem razão, sem ter com quem contar...
Viver é ilusão...
Mentira é amar sem ter uma paixão!