Melancolia Poética
É com pesar que escrevo esses versos
Carregados por uma estimada melancolia
Que escorre de minha mente
Em direção a minhas mãos
E delas para esse espaço em branco
A tempos, ouso dizer á milênios
Venho me sentindo completamente
Entediado e desamparado
Com esse ciclo eterno e vivente
Coberto pelo profano e sagrado
O acaso, destinado e insano
Fragmento de minha existência
Que em meio a tudo isso
Se perde em minha essência.
Não há rota de fuga?
Talvez a de existir a fuga
Desse planeta,
Dessa vida,
Uma maneira;
Uma válvula de escape.
A existência caótica da nossa raça
Que fora desenhada de forma terna,
Mas que esconde uma profundidade
Mística e sobrenatural demasiada perversa
Que é representada em nossas criações;
Tudo que criamos vem para destruir
Nossas próprias terras, nossas casas,
Nossos semelhantes devorados
Por nossas mãos e pela cobiça,
Não somos Deus, nem Diabo
Sempre seremos um fragmento daquilo
Que poderíamos ter sido.
Do que seria formado o amor?
Se não do vicio repentino pela dor?
O ciclo duvidoso do qual vós se entregam!
Nada além do pesar, do conhecimento e da tristeza
Ficará e se tornara imortal nas pedras do mundo,
Com tristeza o tempo erradicará nossas vidas.
Sem sonhos, medos, vícios. A ternura
Se tornara nada mais que um sonho breve.
A melancolia recobre meus ombros nesses dias
Não nego que as imensas arvores que vejo na cidade
Tragam um sentimento de esperança e continuidade,
Com ou sem nós, embora ao mesmo tempo
Choram por nossas crueldades ao mundo.
Tudo é muito triste, mas sinto que há uma beleza
Talvez a espreita, invisível até mesmos aos meus olhos,
Uma beleza que nem meus versos longos possam descrever.
Talvez eu fique vivo para encontrar as palavras corretas.
Mas nunca saberei de fato.
Jamais saberei se meu fim será em poesia,
Ou nas fantasias do amor,
Nos arrependimentos da vida
Ou na certeza da dor,
Tão pouco sei
O quão certou estou.