Pausa de tristeza




Não sei se posso entender,
computar nossas diferenças,
fazê-las hoje, presentes,
frente a frente,
às minhas, às suas.
Não sei se posso conectar
sem que haja algum curto
hoje, em nossos polos.
Não sei tanta coisa hoje,
de mim para você,
um simples dobrar de página,
uma virada de esquina,
um quebra-molas na rua,
uma pequena pausa na vida,
um transeunte que espera o sinal,
o momento ardente
do capítulo, o final.
A pausa para o comercial!
E eu não sei onde parei,
o que fiz, como comecei,
sem inícios presumíveis,
com finais impossíveis.
Não sei onde errei
mas, sei onde você foi, certo,
na hora, no tempo exato
que escalou nossas diferenças
e me fez só de você, nas coisas,
nas fábulas, nas literaturas prosaicas,
um simples virar de páginas.