Novo que virá às 10

Um silêncio assustador

rasgando o meio da manhã

não se sabe ao certo de onde vem a sorte

todos esperavam a primavera clássica

mas arrancaram o palco no meio do show...

Cinza o tempo que restou

não se pode ver o sol

sobrou de guia apenas o canto dos pássaros

as casas choram tórridas feito velórios

abrandam nossas noites a canção do mar.

Quanto mortos? Me escapa a dor

já não se enfeita mais com flor

disseram que era obra do destino torto

passam noites brancas e as almas mudas

desventura dos que trocam sol por gim...

Resta a fé e o coração

não se cansa de sonhar

por saber que o som ao fim será suave

todos retomando seus acentos novos

preparando para um novo que virá às 10.