NAQUELA NOITE

Esperou de alguém, talvez,
Mais do que ele poderia oferecer,
Esperou os abalos das estrelas,
A lua repleta de nudez,
Para resplandecê-la,
Na primeira noite de amor,
Esperou em vão,
Os luminares não estavam a seu favor.
Desejou que o traçado,
Fosse doce, como ela havia sonhado,
Na sua adolescente condição,
Quanta ilusão, quanta decepção!
Para a mulher-menina,
Entregue à impetuosidade masculina,
Menina-mulher assustada,
Desejou gritar, não conseguiu,
Silenciosamente sentiu,
A poesia ser fragmentada,
E desejou com intensidade,
Estar em qualquer lugar, errante...
Menos ali, na eternidade,
Daquele angustiante instante.
Naquela noite escura,
De pranto, desencanto, rupturas,
Entendeu porque a lua não surgiu,
E nenhuma estrela se abalou.
Entre a dor e o temor,
Fechou os olhos e aguardou,
O fim da atividade,
Sabia que o seu semblante,
Nunca mais brilharia como antes.