LUGAR ALGUM
Levanto-me do chão
Cai da parede o reboco
Não tão distante o perdão
Em um tom rouco
Não há mágica
Para desnudar a distância
Qualquer vontade é sádica
Diante das lembranças
Não há como fugir
Está-se por toda parte
Pode não estar mais aqui
Todo o teu disfarce
Mas eu decidi ficar
Só para cuidar de mim
E por onde quer que eu vá
Tropeço em garrafas de vinho
A janela quebrada
É agora o meu retrovisor
Minha imagem é uma oitava
De um inacabado pecador
Que a blasfêmia seja punida
E todo castigo dilacere o corpo
Pois o desgosto mora na saliva
E toda querência jaz no absorto