Cruel lentidão

Oh, tempo , como és cruel com esse teu passo lento

Pois segues indiferente a todo o meu sofrimento.

Por que não corres com a hora,

Por que te deténs no agora,

Prendendo-me a este momento?

Por que não ouves, ó tempo, as preces de um ser que chora,

Ou tira-me então, pra fora, o horror deste meu tormento?

Não sejas assim tão frio,

Preenche este meu vazio, te imploro, com o esquecimento...

Compraze-te com meu pranto,

Por mais que eu te peça tanto?

Por que não me dás guarida em todo este meu lamento,

E tão amargas lembranças me tiras do pensamento?

Oh tempo, toda a tortura que me impões com teu compasso

Põe-me à beira da loucura, me sufoca à cada passo!

Eu te imploro que me leves mais depressa o torvelinho

Em que ora permanece transformado o meu caminho.

E então, piedoso tempo, traze de volta à minh’alma

Toda a paz desse depois, todo esse porvir que acalma

Que só tu podes trazer, que só tu – com as tuas manhas –

Consegues reinventar no mais fundo das entranhas.

Obras publicadas: www.lojasingular.com.br

Luiz Roberto Bodstein
Enviado por Luiz Roberto Bodstein em 13/10/2007
Reeditado em 20/03/2012
Código do texto: T692817
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