EM SILÊNCIO

c.v.19

Sentados sobre seu olhos

que não mais nada veem ,

sentem o ar de névoa fria ,

todos castigando. Todos

que respiravam esfomeados

em desvarios , voos de inutilidade ,

em ostentóricas destruições.

Sentados sobre seus olhos ,

imóveis , tateiam o solo

a procura do que não tiveram ,

os óculos jamais necessitados.

Olhavam sempre afoitos

com equivocadas sabedorias

em visão longa,

ao que nada lhes pertenciam.

Atônitos em confuso labirinto,

suas asas de rapina, travadas,

as vaidades inertes

no pó da terra ,

para direção incerta, caminham.

Chegou em silêncio, lento

e mostra sua força.

Sem explosões,

sem sangue ,

sem grito,

sem ar,

em leitos brancos.