FERIDA DE MORTE
A amarga ironia de ver
E nem assim ser visto
O sonho que não antevê
Ao cair no olho o cisco
É como dar linha a pipa
Em meio a tempestade
Ao acreditar que a vida
É feia na suntuosidade
Não é só medo
De cair do telhado
Nem doar todo o sobejo
E ornar o vazio prato
Sentir o frio da espada
Transpassar o teu corpo
Colar na boca a palavra
Que tem o seu escopo
Sei que o quase nada
Hoje é o muito pouco
A borracha já não apaga
O que deflagra feito fogo
E tudo o que rechaça
Logo no outrora perece
E só a dor que perpassa
E aquela que entorpece