FERIDA DE MORTE

A amarga ironia de ver

E nem assim ser visto

O sonho que não antevê

Ao cair no olho o cisco

É como dar linha a pipa

Em meio a tempestade

Ao acreditar que a vida

É feia na suntuosidade

Não é só medo

De cair do telhado

Nem doar todo o sobejo

E ornar o vazio prato

Sentir o frio da espada

Transpassar o teu corpo

Colar na boca a palavra

Que tem o seu escopo

Sei que o quase nada

Hoje é o muito pouco

A borracha já não apaga

O que deflagra feito fogo

E tudo o que rechaça

Logo no outrora perece

E só a dor que perpassa

E aquela que entorpece

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 21/04/2020
Código do texto: T6924461
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.