CORAÇÃO QUEBRADO

CORAÇÃO QUEBRADO

De luar desenhei uma canção morena,

Daquelas que torna o coração machucado

No templo sagrado do quase nada...

Do absurdo,

Do grito mudo,

Do abstrato... inexato.

Suas notas dissonantes se fazia ouvir

Repetidamente, repentinamente...

Insistentemente. Emudeci

Diante da luz da ribalta, no ato

Que iluminou o rosto triste que me fez outra vez morrer.

Foi-me roubado a doçura que não minha

Foi-se embora o afeto que não meu

Vem-me a ilusão de ter a cantiga sem rima

Sem o brilho do estribilho, Que a ela daria o sentido de ser canção.

Então me pus a sonhar com outros luares,

E a chuva do dia, nos meus olhos, cantou um triste orvalho.

A musica sentimental feriu, sangrou e dormi.

Não havia brilho, bonito que fizesse as sombras dissiparem.

O vento forte, por fim, deixou-me sem norte.

Percebi só agora... a sorte.

GEORGE PAULO
Enviado por GEORGE PAULO em 21/04/2020
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