CORAÇÃO QUEBRADO
CORAÇÃO QUEBRADO
De luar desenhei uma canção morena,
Daquelas que torna o coração machucado
No templo sagrado do quase nada...
Do absurdo,
Do grito mudo,
Do abstrato... inexato.
Suas notas dissonantes se fazia ouvir
Repetidamente, repentinamente...
Insistentemente. Emudeci
Diante da luz da ribalta, no ato
Que iluminou o rosto triste que me fez outra vez morrer.
Foi-me roubado a doçura que não minha
Foi-se embora o afeto que não meu
Vem-me a ilusão de ter a cantiga sem rima
Sem o brilho do estribilho, Que a ela daria o sentido de ser canção.
Então me pus a sonhar com outros luares,
E a chuva do dia, nos meus olhos, cantou um triste orvalho.
A musica sentimental feriu, sangrou e dormi.
Não havia brilho, bonito que fizesse as sombras dissiparem.
O vento forte, por fim, deixou-me sem norte.
Percebi só agora... a sorte.