O V A Z I O D A A L M A
Quando o nada diz nada
o vazio diz tudo
o silêncio se faz cego
e o olhar fica mudo
contrariedades
decisões infundadas
a imensidão se afogando no mar
a folha que se faz em branco
em cada ferida um novo pranto
o som que ecoa no desfiladeiro
o horizonte se perdendo no infinito
a voz se perdendo no eco de um grito
e segue a caminhada
se faz fria a jornada
memórias confundem-se nos pensamentos
fugidias quais folhas ao vento
vagueiam sem rumo, sem tempo
desordenada se faz a vida
tristeza lasciva e permissiva
no encontro de ninguém
divagando perdido no além
prisioneiro em meu ego
vislumbrando um novo amanhecer
passado e presente enterrados no futuro
sem sombras, sem eira nem beira
onde os sonhos se realizem
e o Sol volte a brilhar...