A árvore em exílio

Há uma floresta dentro de mim

E agora ela está congelada

Meu coração era um rio de emoções

Agora a solidão patina em suas águas

Como animais, as células se rebelam

Por isso me debruço sob a janela

Enquanto o inverno alcança os meus olhos

Dizem que o amor está na primavera

Mas fecharam os portões

Meu espírito está isolado

Quando pensei que sabia sorrir

As lágrimas congelavam minha garganta

Os meus pés se tornaram raízes

Corujas dormem em meus galhos

Apenas a lua conversa comigo

As estrelas para mim viram as costas

Minhas mãos estão paralisadas

A poesia ficou presa dentro de mim

Os cabelos se tornaram uma tempestade

Hoje o amor está longe

E eu em breve: um cemitério