Princesa Sabrina (Conto em Poesia)
A Princesa Sabrina
usa uma saia longa, branca e fina,
uma meia de nailon com renda
e uma flor como presilha na cabeça.
A princesa deseja, mostrando sua beleza,
encontrar um príncipe na redondeza.
Com a ajuda dos animais, ela sai a passeio.
Faz uma contínua caminhada em anseio...
Ela vai cantando uma bela canção
caminhando na floresta para chamar atenção.
Até que, de repente, ela acha um palácio,
E na árvore à frente, ela sobe à espera do príncipe encantado.
Ela canta com tanta vontade e ternura
que o príncipe ao escutar é levado pela música.
Ele se encanta com a voz tão límpida
que aceita torná-la uma cantora conhecida...
No baile de verão, o príncipe maravilhado
Com os encantos de Sabrina se vê levado
a pedir ao pai da princesa em casamento
porque não aguenta mais seu amor no peito.
Rapidamente, os dois se casaram,
e no matrimônio, os reinos festejaram...
Mais ainda felizes com a notícia
de que seria mãe a Princesa Sabrina.
Depois do casamento
e mesmo depois do filho o crescimento,
a princesa não mais sorria
porque cantar o seu marido proibia.
Ciumento, ele nunca mais deixou.
Como uma boneca bonita, a posse dele se tornou.
As pessoas pediam para Sabrina cantar,
mas ela sentia medo do rei escutar...
O rei exigia
que a beleza dela fosse sumida
para evitar a cobiça
de homens em sua boneca bonita...
Sabrina foi ficando deprimida
pelas suas necessidades oprimidas
de liberdade, de criação e de escolha
por ter de viver presa numa bolha.
Quando uma necessidade humana intrínseca
é de qualquer forma rompida,
podemos perceber sofrimento,
mesmo que se negue pelo desconhecimento.
Não sentir sua liberdade
de expressar sua individualidade
provocou uma baixa autoestima
por não dar atenção devida a sua autonomia.
A rainha Sabrina
se trancou na torre mais alta
e chorou, e chorou, e chorou....
Lá ficou até que em bom som livremente, ela cantou...
Ninguém sabia onde tinha se escondido.
Quando a ouviram, ninguém a convenceu de sair de lá, nem mesmo seu marido.
Trancada sem ninguém perturbar,
ela passou para ela mesma e o reino todo cantar.
Ela disse que a música é vital para ela,
ao seu marido que batia na porta: "Você nunca me entende!!"
E ele diz: "Por favor, mais uma vez tente".
Ela disse: "Sinto tristeza
como se estivesse presa numa correnteza.
Minha garganta está com um grande nó
por resistir a cantar e por isso, gostaria de compreensão sem dó."
A rainha continua dizendo que quer se separar,
caso ele não queira deixar.
Ela necessita que ele a olhe como um ser humano
e que ela é livre para mostrar o seu canto...
Necessito dar sim às minhas necessidades.
Me renunciei muito tempo pelas suas vontades.
Quero mostrar minha voz! Pensar na minha saúde,
Ninguém mais vai me silenciar! Mesmo que você relute...
O rei disse que sentia medo
de perdê-la, mas percebe o exagero
porque estava pensando apenas em si
impondo que é quem manda em todos e tudo aqui.
O rei percebeu que havia um limite
no seu extremo ciúme
já que se a ama realmente,
seria melhor vê-la contente.
O rei pediu perdão de coração
a sua amada rainha que tanto ama em profusão.
Com o tempo, aos poucos, a rainha foi melhorando
porque com suas necessidades ela foi se reconectando.
Até que finalmente entusiasmados, a rainha Sabrina
com tamanha vontade de celebração e de alegria
organizou um baile para retornar com seu trabalho
que, há tanto tempo, tinha deixado de lado.
Por ouvir finalmente sua voz maravilhosa, todos se emocionaram!!
Sua voz estava sendo mostrada a todos depois de tanto tempo enjaulada!
Todos aplaudiram, sorriram, elogiaram e se arrepiaram,
enquanto a rainha Sabrina cantava feliz por ter se sentido escutada...
A causa da tristeza não precisa
ser patologizada obrigatoriamente na vida
se olharmos como humanos para a vossa necessidade, pedido e sentimento,
a fim de que um diálogo empático e autêntico flua em cada momento...
* Além das causas biológicas e psicológicas da depressão mostradas no poema anterior, uma outra causa da depressão ou apenas de uma tristeza em si, segundo a Comunicação Não violenta, é renunciar as necessidades e sentimentos individuais como tentei ilustrar acima. Por isso é extremamente importante conversar com nós mesmos constantemente para entendermos nossas necessidades, sentimentos e pedidos pessoais e aprendermos como comunicá-los. Recomendo o livro "Comunicação Não Violenta" de Marshall Rosenberg para quem quiser aprender melhor sobre...