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7. Despedida

Teus passos;

Colados;

Espaços;

Descalços

D e s p e d i d a.

Não escuto mais nada, há ecos em minha mente, talvez eu esteja trancada no silêncio de meu ser . Perdi a mim mesma nos breves entrelaços da terra, mas quem serei eu na noite mais densa? Senão um noctâmbulo qualquer...

E quando eu fecho meus olhos, há apenas espaços, espaços vazios que ocupam minha imensidão (solidão). Eu tentei; eu tentei fugir de tudo isso, me rerguer, me reconstruir, mas a estrutura já estava comprometida e prestes a cair. Tudo o que eu queria era um solo para me firmar, como girassóis no sol, na chuva sempre estou a murchar...mas não é apenas sobre mim, e sobre como você partiu meu coração, como juntou caco por caco, até sangrar a sua mão, mas que como em súbito, deixou-me na solidão.

Despediu seu amor de mim, sem me dar chances de dizer adeus, eu sei que já não me amas, não preciso de intervenção... Mas o que será de mim? Eu ainda não sei, não caminharei em meus próprios cacos para voltar, deixar-te-ei aqui, pedaços de um coração, que provavelmente nunca mais irá amar.

Despedidas frias, costumam não ter adeus.

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 07/04/2020
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