Desesperança
Eu sinto o mundo dissipar
suas faces de pranto e dentes
em carne e sangue e ossos frágeis
tão ácidos, rasgam e mentem
Pressinto não estar contigo
como te jurava um dia antes
do globo todo se for enfim
mal apego e recolho o restante
e já me parte em mil pedaços
Penso nas pessoas que mudam
quando se afastam adentro a geada
são sombras inertes em alegoria
sorrindo de maneira desleixada
Podemos ressurgir pós cinzas?
Podemos mergulhar mais fundo?
Podemos viver sozinhos?