O PESO DA NOITE
Melancólico, lembro-me do alvorecer de minha vida,
Anos que já foram e ficaram distantes no passado.
Vaguei por caminhos tortuosos e devastados,
Tentando encontrar a imanência em meio à dura lida.
Creio que me faltará forças para chegar ao topo da colina,
A opacidade do acúmulo de anos me enfraquece,
Em meu peito, os meus sentimentos se desvanecem,
E me vejo condenado a uma existência clandestina.
O peso da noite tortura o meu coração,
Tentei encontrar as respostas nas cinzas do tempo,
Mas vi a desnutrida esperança ser levada pelo vento,
E me perdi nas poeiras da solidão.
Plantei os meus sonhos em inférteis solos abstratos,
Colhi o nada em meio a tempestades
E me vi como folha ao vento em obscuridade,
Tentando sobreviver em frágil substrato.